quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Por este ano tá feito!

Já está. Afinal não doeu nada. Quer dizer...não doeu muito, ou....podia ter doído mais, é isso.
O Natal já passou. As correrias, as fitas, as luzes, os presentes de última hora " Ah merda! Esqueci-me da Tia Antónia, e ela mandou cinco euros para cada um dos gaiatos!!!!", ou " Xiiiii, a Fulana deu-e isto! O que é? Sei lá "praquéque" esta coisa serve! Olha serve de certeza pra me fazer sair de casa, no dia de hoje só pra ir aos chinas comprar a troca!!!!"....e assim.

De resto tudo calmo. Jantar na casa da sogra, Missa do Galo (com um frio do coiso que nem o calor do Senhor conseguiu aplacar), e depois rumar a casa, lareira, chocolates, esfarrapar embrulhos, por entre "ohhhhs" e "ahhhs", excepto a "piquena". A tronga da gajinha precisa de ser limada e polida! É que não se deu por satisfeita com nada, NADA...a não ser uma carteira pequenina da Hanna Montana, uma porcariazinha....Já sei, já sei, mea culpa, mea culpa.
Entretanto, enquanto tudo isto decorria, o meu excelso marido andava às voltas desde as oito da matina com um pássaro, vulgo peru, singelo....pesou a ave galiforme 16 kilitos em bruto.



Na manhã de 25, lá se levantou o homem, quase de madrugada para enfiar o animal no forno.

Chegou a hora de almoço, e com ela a famelga toda, and i mean TODA!

Os manos, cunhados, sobrinhos, pai, sogra e mais alguns chegadiços, que isto cá em casa na hora da comidinha chega sempre mais um.

A típica mesa Alentejana, muita gente, vinte e um ou vinte e dois, nem sei bem, "munto" pão, "munta" comida, "munto" tinto e gritaria a rodos.

Toda a gente a falar ao mesmo tempo.

-É pá o cozinheiro é um mestre!!!! Isto tá mesmo bom!

- Porra! Belas azeitonas! O quêjo mole é donde? Bom, mêmo bom!

- Ê quero uma perna! Oh mãe ê quero uma perna, oh mãe ê quero uma perna!

- Não querias mais nada!!!!

- Oh mãe Ê quero mais!

- Ai essa cabra anda metida com o vidente!

- Vê lá tu! Um dom! Um dom tem ela na.......

- Oh mãe ê quero a sobremesa, oh mãe, etc.....

Isto tudo, ao mesmo tempo.

Claro que houve um ou outro sopapo "Cala-te!!! O cabrão do gaiato nã se cala!!!!!" toma, um cachação. "Olha lá que estás a entornar a canja pra cima de ti, meu estupor!" toma, uma orelhada

And so on and on and on and............

Lá fora era o diluvio, o que deu azo a que a confusão de assuntos e conversas e coisas dessas se tornasse dolorosa, quase quase a roçar o limite da paciência de algumas pessoas(eu).

Finalmente, e aqui sim, com muita educação: "bora lá beber um café", traduzido à letra: "vamos lá a desamparar a loja que eu tenho mais que fazer!".

Debaixo de uma chuva bíblica, lá foi o cortejo, a correr para dentro dos vários carros, em procissão por todo o Reguengos, em busca de um café aberto no dia de Natal, ou seja, mais ou menos o mesmo que procurar uma nota de 50 euros na minha carteira (ou até de vinte....).

Depois de muito esforço, depois de duas voltas à vila (que por acaso até é cidade) lá encontrámos o tal do café aberto...a Pizzaria que fica aqui atrás de casa....
O bom da coisa é que depois desta demanda pelo café, as pessoas (quase todas as pessoas) voltaram para as suas casinhas. E agora vocês perguntam. O Bom? Mas e então quem te ajudou com as louças? E com a arrumação da casa?

Ninguém, respondo eu! Mentira, fui eu e o meu esposo, os dois side by side, cansados, sim, mas felizes da vida por ver pelas costas aquelas visitas todas.

Há quem diga que as visitas são como o peixe, ao fim do dia já cheiram mal.....verdade, oh Deus que verdade. Aliás nem precisa de chegar ao fim do dia.

Agora já passaram uns dias, até o peru já acabou, sim, porque nem preciso de vos dizer, que as refeições têm sido muito variadas, especialmente na forma, rissóis, empadão, caril, mas muito monótonas na espécie....peru.

Acabou-se o Natal! Viva o Natal.

Não ainda não acabei. Desculpem lá, mas não podia passar sem vos contar. É que recebi um presente tardio de Natal. Pois foi. Este presépio tão lindo, que curiosamente, no lugar do usual burro, tem....um porco e um galinha. Pareceu-me bem.


Quem mo ofereceu, foi uma e-friend (minha e vossa) a quem já decidi há tempos retirar o e-.

Parece então que a moçoila, fanou, limpou, subtraiu, rapou, arrebatou, ou falando português claro: roubou o dito presépio da loja.....da mãe.

Como se não bastasse, ainda me aventou com o dilema "quero ver o que vai agora fazer uma católica como tu, com um presépio roubado por uma herege como eu!"

Ora o que é que eu vou fazer?

Este ano já não vou fazer nada. Já o guardei bem guardadinho, porque a "piquena" ficou muito entusiasmada com os "bonecos", mas no próximo Natal, estará a decorar um qualquer lugar desta casa.

Essa coisa dos roubos e culpas, desculpas e assim, não é decididamente o meu departamento, mas... por sim e por não já rezei uma Avé Maria por ti. E um Pai Nosso. Mais não posso fazer, e não devolvo presentes, ainda por cima tão lindos!

Tu e Ele que se entendam!
Pics cá de casa

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

B A = BA



Isto no carro.


Ele (o rapaz)- Como é que se escreve querida em inglês? (o telemóvel a postos)


Ela (a rapariga mais velha) - Depende, há muitas palavras para o mesmo. Podes usar a que quiseres, darling, honey, sweety, baby.....


Ele - O.k......


(pausa)


Ele - O que é isto? - mostra o telemóvel à irmã (claro está sem o largar da mão dele)


Ela - My God! Handsome! Não sabes o que quer dizer? Mãe, olha-me pra esta! Está a chamar-lhe handsome!!!!!


Eu - .... ele é giro...


Ela - (muito indignada) A estúpida é da minha idade!!!! (mais dois anos que Ele, portanto)


Ele - Vão pra França e depois pra Inglaterra...diz que me vai trazer um presente....


Ela - (quase a espumar) Mas tu! Primeiro uma irmã agora a outra!!! Ao menos a primeira era da tua idade!


Ele - O que queres .... (um sorriso muito elucidativo, claramente : "que culpa tenho eu de ser tão apetecível!")


Ela - Coitadinho..... (escárnio . . . mais ou menos no tom: Morre deficiente!!! AGORA!)


Ele - Vou dizer-lhe que quando ela vier lhe ofereço um perfume...


Eu - Pois claro que ofereces! ( entre o incrédula e o enfurecida)


Ela - Mas se tu não tens nada com ela!!!!!!!!!!


Ele - Mas é o passo que preciso pra vir a ter.....


O Pai - (sorriso muito elucidativo, claramente : "o gajo faz-se!")



Pic by: um lugar qqr na net que eu n sei onde

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Anda cá que eu dou-te o trauma...




Nos tempos que correm, é corrente passe a redundância, falar de traumas, recalcamentos, depressões e afins. Estas palavras, podemos dizer, "abancaram" nas nossas conversas mais banais, " não digas isso à menina, ainda lhe arranjas um trauma prá vida toda!", ou "por causa daquele professor, ainda acabo cheio de recalcamentos", ou " esta vida é tão stressante que mais dia menos dia estou com uma depressão em cima da espinha..." e podia continuar com os exemplos até ao sol posto!

Ora não me lembro de ouvir a minha mãe usar nenhum destes termos, e se ela trabalhava de sol a sol, com três crianças às costas e um marido, apaixonado é certo, mas como era da praxe, totalmente incapaz de levantar o rabo da cadeira, sequer para ir buscar um copo de água.

Quando eu andava na primária, tive um professor daqueles à moda antiga, MESMO, a malta ia em fila indiana mostrar os ditados, uns tremiam, outros choramingavam, outros ainda arrastavam-se passo a passo numa espécie de transe, enfeitiçados pela régua de madeira de 50 cm que estava pousada ao lado da mão do professor. Aquilo não era trauma, não senhor! Aquilo era medo puro! Mais tarde veio um professor mais moderno, que substituiu a régua pelo pau do xilofone (o pau há-de ter um nome, mas eu não sei, e também estou pouco interessada). Facto é, que o medo continuava, e a dor era ainda pior...

Crescemos todos, uns fizeram mais pela vida, outros menos, uns tiveram mais sorte (sim, também é preciso ter um bocadinho de sorte), outros nem por isso; que me lembre nenhum seguiu a carreira do ensino, mas fora parte esse facto, somos pessoas perfeitamente vulgares, que encaixam salvo algumas arestas, nos parâmetros estabelecidos.

Depois da primária, seguiram-se outros professores, muitos outros, uns mais liberais, outros completamente reaccionários, alguns modernaços e porreiros, outros aborrecidos e cinzentos (se a palavra trauma tiver alguma serventia é aqui, os chatos podem ser traumatizantes, confesso...).

Existe uma dificuldade crescente em lidar com pessoas de uma maneira geral. Então com crianças e/ou adolescentes sente-se quase um medo latente. Chegou-se ao ponto de levar literalmente os miúdos ao colo, no que concerne aos estudos. Os chumbos, lá está, são traumatizantes e deixam marcas inultrapassáveis nas crianças...pois sim. É preferível, parece que é até desejável, que cheguem ao 12º ano sem saber peva de português! Serão muito melhores pessoas, estas nossas crianças, que não podem sofrer o derrote de um ralhete, coitados, não vão ficar irremediavelmente desajustados...

Trauma, recalcamento, stress, esgotamento, depressão? É passar fome, meus amigos, é a guerra, é a falta de respeito dos nosso governantes por nós, é a displicência com que tratamos o ambiente! Não é certamente um tabefe bem aplicado no momento certo, não é certamente um dia com horas a menos para as catadupas de afazeres, não é concerteza o colega burro aqui ao lado que se ri de tudo e de nada.

Não querendo ser redutora num assunto tão sério, cá em casa, trauma é abrir o armário da cozinha, e o pacote das bolachas de chocolate estar vazio, um stress do caraças é o Meo não ter gravado o Dragon Ball Z até ao fim, uma depressão de ir às lágrimas é descobrir o que argumentar daqui a oito dias quando as pautas das notas vierem à luz...

Por tudo isto, e mais algumas outras coisinhas de nada é que eu, se me permitem, não abdico do clássico, "levas uma latada que te viro a cara pró cu", ou ainda o intemporal "dou-te um murro no meio dos olhos que nunca mais precisas tirar os óculos pra dormir!"

Tenho dito

Pic by Lenore
 

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