quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tea Time e olho vivo!



O tempo arrefeceu mesmo! Upa upa que hoje está aqui um briol, que nem vos conto.
Tempo frio o que é que pede?
Tal e qual. Chás quentes, chocolates fumegantes, cafés escaldantes e cookies, muuuuitos cookies.
Para os mais distraídos, trata-se de uma espécie de bolachas com pedacinhos de chocolate lá dentro.
Ultimamente tenho assado toneladas destes pequenos pedaços de paraíso. Receita dobrada, sempre, não podia ser de outra maneira. Quer dizer, poder podia, mas as trombas eram diferentes com toda a certeza.
Vai daí que são umas noites muito animadas estas das bolachas, senão vejamos:
a) a receita dobrada dá aproximadamente 50 bolachas
b) o meu forno, é um normalíssimo forno doméstico, dá para um tabuleiro onde cabem 9 bolachinhas de cada vez (não se pode facilitar, senão fica tudo pegado e apesar de se comer, claro, fica com um aspecto de fugir);
c) temos assim, cerca de 6 tabuleiradas, se o tempo de cozedura calculado for de 15 minutos, mais coisa menos coisa, por tabuleiro, só para assar é pelo menos hora e meia, mais 20 minutos de preparação e outros 20 de limpeza.
d) durante este tempo todo, não há a mínima hipótese de sair de perto do forno, nem muito menos do perímetro de segurança onde vão sendo colocados os bolinhos acabados de sair do quente. Cá em casa há mãos, olhos esbugalhados, e bocas a salivar que aparecem de tudo quanto é canto...
e) no final das contas (as bolachas são contadas a cada rodada que vai sendo colocada nas travessas, não se vá dar o caso de desaparecer alguma pelo caminho, porque aqui é tudo gente destemida que não vira as costas a queimadelas, ou se acobarda por alguma dor de barriga), no final das contas dizia eu, fico embevecida a olhar para o resultado, lindas, cheirosas, macias, hummm a cozinha fica com aquele calor açucarado
f) não me perguntem se as ditas bolachas se podem guardar, nem por quanto tempo. não faço ideia. Se conseguirem passar a noite em segurança, já é um pau!
Se quiserem experimentar na paz das vossas casas, cá vai:
250 g farinha de trigo
100 g açúcar branco
100g açúcar mascavado
2 ovos
2 gemas
150 g manteiga sem sal / margarina
1 colher sopa fermento
1 colher chá extracto baunilha
200 g chocolate barra
A manteiga deve estar à temperatura ambiente, bate-se com o açúcar, juntam-se os ovos e as gemas um a um, a baunilha o fermento e a farinha a pouco e pouco. Por fim o chocolate partido aos pedacinhos não muito pequenos. O chocolate é à vontade do freguês, pode ser de leite, pode ser chocolate preto, chocolate branco, ou até mesmo uma mistura dos três. Também ficam muito bem frutos secos para quem for apreciador.
A consistência das bolachas, é um bocadinho diferente consoante se use manteiga ou margarina, mas igualmente booooa.
Coloca-se uma folha de papel vegetal no fundo de um tabuleiro, e com duas colheres de sopa formam-se bolas, mais ou menos do tamanho de uma noz (se quiserem maiores, estejam à vontade).
Em menos de um abrir e fechar de os olhos têm uma fornada de bolachinhas de comer e chorar por mais. Juro!
Picz by me

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A gruta dos Morcegos


Não me considero uma pessoa demasiado conservadora. Tenho dias é certo. E também dou a mão à palmatória, provavelmente, já fui um bocadinho mais open minded. Quando eu era uma miúda de 15 anos, já nessa altura, no século passado, em plenos e drásticos anos 80, o facto de usar uma camisola ou um par de calças pretas era um passo para o sucesso limpinho e sem espinhas. A malta ficava com aquela áurea de rebelde. E então se se tivesse peito para conjugar a fatiota com um penteado radical, oh pá isso era o máximo!Claro está, que jamais em tempo algum, a minha mãe, que coitada era uma santa, e confesso não me contrariava em praticamente nada, jamais dizia eu, poderia sair à rua com a receita completa, ou seja camisola+calças pretas. "Tira daí o sentido! Morreu-te alguém? Um dia que tenhas que fazer luto, se calhar não fazes!" Tinha razão. As mães têm muitas vezes razão.

Agora, dobrado que está o século, quebradas que estão todas as barreiras (ou quase), eis que tenho dentro da minha própria casa uma "corja" de morcegos! Tá certo, não posso negar, o preto tem um ar cool, um quê de arrogância, um quê de "eu sou o maior", compreendo que, especialmente os mais velhos estejam a escalar as escarpas da auto-afirmação, nos dias de hoje tão física, tão visual, tão etiquetada, mas porra, esta gente começa a parecer-se com um filme dos irmãos Lumiere!

Os adolescentes adoptam com a maior das facilidades todos os rótulos que lhes mandem pra cima, desde os mais usados e gastos, tipo gótico, metal, punk, até aos mais modernos ( que são basicamente a mesma coisa, mas com outro nome qualquer) tipo Emo, Trash Metal, Neo-Punk, Folk Metal, lolita e outros tantos que me passam a 100 à hora e saem ainda mais depressa.

Isto tudo para dizer que tenho os roupeiros atulhados de lutos vãos, casacos, meias, camisolas, calças, tud0 TUDO!

O branco também é admitido! Os padrões, muito originais, xadrez preto e branco, pintinhas pretas, bolinhas brancas, riscas, o que for, sempre nesta dualidade, que pode até ser muito in, pode até ser um manifesto de personalidade, mas é monótono...chato...aborrecido...

Ah, mas há mais. Os acessórios. Pois, os acessórios. As pulseiras de picos, as correntes, o lápis kajal....preto, o verniz de unhas....preto, os colares com caveiras, os lenços com caveiras, as malas com caveiras, muiiiiitos Jacks Skellingtons, e assim...

" Olha, L. tás a ver, este casaco é o máximo!....", ".....mãe...? (o tom é de incredulidade e desprezo a um tempo só) isso é azul!", ou então "Z., adoro este polo, vou levar pra ti. :D", "nem penses!!! Oh mãe isso é totalmente beto (coisa que eles não podem ser...acho eu...)!(outra vez o olhar.....)

"Linda, anda cá ver! olha tão giro, E. ias parecer uma princesa, vês! cor-se-rosa.."....."mãe....eu detesto cor-de-rosa....quero aquela saia preta ali!" (o dedo em riste. Sem opção de resposta, pego na saia preta e vou pagar.)

É mais ou menos assim, de cada vez que tento comprar roupa com algum dos três.

Já me esquecia. Os sapatos. Quer dizer, o calçado, que sapatos propriamente ditos, só mesmo os da farda, mas já lá chego. Botas de biqueira de aço e ténis pretos estão sempre na ordem do dia.

Claro que depois há toda uma iconografia ao redor desta escuridão, que tem que ser venerada. Músicos que já morreram estão em primeiríssimo lugar, claro está que se cometeram suicídio estão muito acima na escala. Pronto, coisas importantes.

É um espectáculo interessante de se ver, quando eles saem daqui de casa em bandos, com os amigos, uma "morcegada" completa, todos de preto, as correntes, os picos, os "gaijos" mortos nas t-shirts, uma alegria...

O mais giro de tudo isto, especialmente para quem assiste ao making of diário destas personagens de "banda desenhada", é o fim de semana. Os meninos, bem comportados, enfiam a farda dos escuteiros (ahhh poizé), calçam os mocassins, e lá vão a caminho da missa, ou das actividades escutistas habituais. Ele, o rapaz, inclusive, veste a alva para acolitar aos Domingos.

Eles próprios também se divertem com a distância de posições. Como eles costumam dizer à laia de brincadeira: " Iá, bora lá partir a igreja, e os crucifixos e tudo .... mas espera lá, primeiro temos que ir à missa."

Nada a dizer, são felizes, entre o branco e o preto, entre o ser e o querer ser.


Pic by Meldevespas

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Opá Obrigada!




A querida Mary Brown, e-friend recentemente adquirida, deu-me este prémio. Um presente embrulhado em palavras doces que me fizeram inchar de vaidade (às vezes faz bem, ok!).

Não sou muito adepta destes desafios, mas vindo da parte de quem vem, abro uma excepção.

Este lugar ainda cheira a tinta de tão fresco, por isso, vou-me desculpar e não vou passar a ninguém. As pessoas que tenho referenciadas aqui em casa, só o estão porque gosto deles, porque os admiro, porque me divertem porque me enriquecem, porque me fazem pensar, ser, sorrir, rir, agir.

Por tudo isto, considerem-se presenteados também.

Agora vamos lá então completar estas frases (glup):

a) Eu já...sabia que estes desafio trazem sempre água no bico;
b) Eu nunca...pensei que mesmo não realizando muitos sonhos se pode ser imensamente feliz;
c) Eu sei...que a vida de cada um se constroi todos os dias, com suor, e lágrimas, e risos, e beijos;
d) Eu quero... saúde, paz, amor, e todos os clichés possíveis e imaginários para a minha família!
e) Eu sonho...com uma vida doce para os meus filhos.

Lamento se tudo isto soa um bocado lamechas, mas caramba, uma mulher também tem os seus momentos de fraqueza, certo?


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Rex the Cat e os Heróis da Guitarra

Já chegou, e é menino...Agora era a vez de se ouvir um coro de vozes a aclamar com alegria a boa nova...
Mas não... não desta vez.
O Rex, chegou. O Rex é um gato siamês. O Rex é um gato siamês chato.
Cedi. Depois de pesadas pressões, depois de ameaças graves à minha periclitante integridade psicológica, depois de rogos de joelhos arrastados à laia de pagar promessas pelo chão do corredor, depois de suplicas e comprometimentos e juras e ..... depois de tudo cedi.
Aqui está um gato. Ainda não é bem um gato gato. E pelo tratamento que lhe tem sido proporcionado não sei se lhe auguro um bom futuro.
É o Rex. Pareceu-me ser um nome apropriado para o ser em questão.
O animal passa de mão com a mesma facilidade que o comando da televisão, é empanturrado de Coisas Saquetas, e biscoitos para gatinhos (deprimente isto...), e leite e assim.
Acho que a criatura está a desaprender de miar. Entregou-se. Tão novo e já com uma noção tão nítida de como vai ser a existência dele daqui em diante. Mimos, apertos, beijos (prémio oficial de "pessoa" mais beijada na última semana), gritos e choros (outra vez). Cá em casa a moeda oficial é o grito, e a língua mais falada é a choradeira.
O meu maior medo no meio disto tudo, é que o sacana do bicho tem uns olhos azuis, e às vezes olha pra mim com aquele olhar de quem já cá andou neste mundo. E o sacaninha sabe que mais cedo ou mais tarde (vai ser mais cedo) também eu vou cair de quatro por ele.
Estúpido do Gato.
Mas as mudanças aqui por casa não se esgotam no gato. Não. O pai resolveu obsequiar as crianças com mais um joguinho prá consola. Desta vez o Guitar Hero. Aquilo vem acompanhado de uma espécie de guitarra com uns botões a fazer as vezes das cordas e a malta arma-se em Marks Knopfleres e Carlos Santanas e outros, e curte bué.....
A mais nova gosta do Kurt Cobain, o rapaz é um verdadeiro Sultan of Swing e a mais velha é mais A Perfect Circle. Enfim. Uma animação pegada.
Uma animação pegada não fora o caso de haver uma guitarra para três pares de mãos! Imaginem! Não! esqueçam, não imaginem, é demasiado doloroso. O som a roçar o insuportável, e os gritos Santo Deus. -Agora sou eu!!!! Sai daí anormal! És mesmo parva, sabes há quantas músicas aí estás? Q u a t r o, ouviste!? Quatro! Mentirosoooooo! Deficiente! Só sabes tocar essa, grande tótó. Fiz 98% e tu ZERO! É que levas já! Mãeeeeeeee ela bateu-me!!!!!
Pronto, é assim.

Ahh é verdade, esquecia-me de mencionar que também temos um microfone. Pois às vezes chega-se a um consenso podre, por alguns breves minutos um toca outro canta. Em inglês...
Dou por mim a pensar, nestes momentos que deveriam der de paz, que prefiro os gritos a ouvi-los cantar. Coitadinhos.

A pequena já chamou o pai à parte, e como quem não quer a coisa disse, a pestanejar de modo a deixá-lo no habitual estado hipnótico em que as duas raparigas o deixam: - Paizinho, não te esqueças, para o Natal, compras a bateria.

É o quê?!!!?


 

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