quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Só sei que nada sei

...ao menos esse era honesto...


Enfim, cada vez mais apenas uma certeza, como diz o poeta, "cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas".






terça-feira, 28 de setembro de 2010

De faca e alguidar


o que eu acabei de assistir agora mesmo na mercearia aqui mesmo ao lado.

(sim porque eu trabalho no fim do mundo, onde ainda há, pasme-se, mercearias)

Uma luta! E porquê? Amor meus amigos, amor, ciume, raiva e aqueles condimentos todos de que são feitos os romances de cordel que há tanto julgávamos desaparecidos da face da humanidade.

Ela entra e pede um café, enquanto espera pelo café entra ele que vem comprar o pão. Ela manda uma boca, do género "era melhor que fosses fazer a cama, desde que saí lá de casa que não mudas os lençóis", ele calado que nem um rato e ela "porco, aquilo é mesmo uma pocilga pra levares as tuas marranitas, que é o que tu queres", ele manda-a calar, curto e grosso. Ela tem um ataque de fúria súbito e joga-se-lhe à farta cabeleira (o tipo tem o cabelo pelos ombros, desgrenhado e sujo...) ele agarra-a pelos braços e deita-a ao chão, mas antes aperta-lhe o pescoço "tá quieta puta" outra vez curto e grosso, e sai porta fora. Ela fica possessa, a tossir e a estrebuchar no meio do chão "porco, cabrão, nojento, sem mim não és ninguém!!"

Depois levanta-se e acaba de beber o café "agora vai pra casa e daqui a pouco arrepende-se...., ele gosta de mim que eu sei...."

E é assim o amor, dizem eles.

Isto tudo diante de uma plateia de queixo caído....eu.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Se o mundo fosse bom....


...o dono morava nele.


É o nome (muito inspirado, diga-se) da peça de Teatro que ontem fui ver, levada a cena pelo Cendrev.

Uma peça sobre o desconcerto do mundo, como dizem os encenadores; com um mix de textos de dois dramaturgos brasileiros, Ariano Suassuna e Januario de Oliveira; e de Gil Vicente com o seu fantástico Todo o Mundo e Ninguém do Auto da Lusitânia.

Muito corrosivo, ritmado, mas acima de tudo, um balsamo para a minha pessoa. Sou perdida por teatro. Adoro todos os pormenores técnicos da colocação de voz, e dicção, e movimentos dos actores, e luzes e o contacto, e o palco.

Confesso que foi também um bocadinho nostálgico. Fiz teatro amador por mais de 10 anos (quem não fez...), e eu que não gosto muito de olhar pra trás, se olhar, é desse tempo que mais sinto saudade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

vamos lá ver se a gente se entende



Existe uma praga, uma coisa grandiosa que se está a espalhar à rapidez da luz, as pessoas, e quando digo as pessoas, V.Exas. poderão comprovar com um tudo nada de atenção, são muitas pessoas, demais, na televisão, na rádio, nas conversas diárias, as pessoas dizia eu, teimam em pronunciar orgulhosamente e à boca cheia : PRENCIPIO.

Prencipio.....PRENCIPIO pá!

Oh Santo Deus, isto nem sequer é uma palavra, a não ser que algum iluminado apareça aí com um manifesto para esta pérola constar no dicionário.

Procurem onde quiserem, pesquisem, googlem, o que for preciso! Não encontrarão significado para esta pseudo-palavra.

O que é que vem a seguir? hein? Se isto é o PRENCIPIO, então devemos estar perto do FEM.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Loading!

Está a chover, e minha disposição muda meus amigos, fico mais leve, mais feliz, enfim estou a carregar baterias e a ganhar uma alminha nova.

Singing In The Rain (Gene Kelly)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O travão

A mais pequena tem professora nova.
Ao fim de três dias de aulas, um dos quais de apresentação, a professora (amiga de longa data) diz-me:

- Oh Carmo, onde está o travão da gaiata!?

Resposta fácil e imediata:

- Funciona com travão de mão, e está mais ou menos à altura das nalgas.

Pra bom entendedor...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Só isto!?



Tenho ouvido dizer, não poucas vezes, que todos temos um treinador de futebol dentro de nós (nós os que gostamos de futebol, claro), hoje, e abrindo um pouco mais o leque, atrevo-me a dizer que todos temos dentro um critico, neste caso um critico de cinema.

Vamos lá então puxar dos galões, afinal de contas toda a gente se dá ares de critico de cinema, porque não eu?

Ontem fui ao sonoro com o meu esposo. Uma fita vista numa boa sala é um coisa completamente diferente, principalmente nos dias que correm, que tantas vezes optamos por ver no sossego do lar, porque é mais barato, porque com uma dose minima de boa vontade e habilidade prá coisa, não escapa estreia nenhuma e tudo isso.

Ora ontem, como ia dizendo, lá fomos ver a fita em cartaz. Depois de causar um sururu tão grande por todo o lado, depois de tantas opiniões contraditórias, eis que chega cá à urbe o mais falado filme dos últimos meses : The Incepcion, que em Portugal numa tradução muuuuito livre se chama a origem....

A ideia base do filme é boa. Estas coisas dos mais recônditos cantinhos da mente, as memórias labirínticas, a percepção da realidade, o sonho como motor da humanidade e dos seus feitos, quer de uma forma metafórica quer de um ponto de vista mais mecânico, tudo nos envolve numa espiral de duvidas e interrogações elevadas ao infinito.

Nas entrelinhas de uma ideia, há um outro filme que a mim me pareceu mais um 007 upgraded. Muita tecnologia, muitos efeitos especiais, visuais e sonoros, muita modernidade. Atenção que eu sou fã das aventuras do agente em causa, esta avaliação não é de todo pejorativa.

No entanto, quer-me parecer que o filme em questão, merecia um bocadinho mais de "substância". Pareceu-me que alguém quis fazer um filme sério, e depois a meio teve medo, e então optou pelo caminho mais fácil, tiros, muitos tiros, perseguições e afins, que sempre servem o propósito mais ambicionado por uma grande produção cinematográfica: cash.

E no meio de tudo isto, sinto um bocado que a montanha pariu um rato. Fiquei assim com um travo a pouco na boca, e não é por um filme como este estar a ser aplaudido por meio mundo, que vou deixar de me sentir um bocadinho defraudada. Paciência.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sacanices



Bem sei que o meu aspecto pode não ser grande coisa, bem sei que já tive melhores dias, oh e quem não teve..., mas daí até a gaiata mais nova ver em mim uma espécie de caixote do lixo, vai uma grande distância!

E nem estou a falar de um Eco ponto, nada disso, é mesmo um daqueles caixotes de lixo plásticos, sujos, com pastilhas elásticas a forrar o fundo, e papeis de rebuçados e chupas e porras colados nos lados.

A tipinha come um gelado, e a meio diz "mãe toma, já não me apetece mais." e desaparece enquanto eu lá fico com "o menino nos braços", todo derretido e a escorrer-me plos dedos até cair em pingas na saia, na blusa ou onde quer que faça mal.

A sacaninha come uma pastilha elástica, espeta-me com os papeis nas mãos e cerca de dez minutos depois reclama "isto já não sabe a nada! Queres mãe?"...já não sabe a nada, queres mãe!!!!??? "não, não quero minha querida" respondo eu controlada, mas com um leve ranger de dentes, enquanto por dentro penso "não, não quero meu estupor, e se a pusesses no buraquinho do cu!".

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ai que prazer....



Chamam-lhes os "guilty pleasures". Aqueles pequenos prazeres que nos envergonhamos de confessar.

Há os que cantam as cantigas do Quim Barreiros de fio a pavio, mas é só porque "ficam no ouvido". Mentira, é porque se divertem genuinamente e despertam o "grunho" que há dentro deles.

Há os que já leram os livros todos da Margarida Rebelo Pinto e já agora do Paulo Coelho e da Inês Pedrosa, e alegam que "são levezinhos e até se levam bem". Mentira, é porque gostam da facilidade com que a mesma estorieta é debitada uma e outra vez sem espinhas.

Há os que comem trash food a toda a hora, porque "é muito mais em conta". Mentira, é mesmo porque há alturas da vida em que não há nada que chegue e uma fatia de pizza a escorrer gordura ou um hamburguer duplo atolado em molhos e batatas fritas.

Eu pelo-me por uma comédia romântica. Aqueles filmezinhos de meia-tigela que apelam ao nosso lado mel(o)dramático, e lamechas. Que nos fazem rir ou chorar com a rapidez de um formula 1, e nos invadem de uma doce nostalgia, que se prolonga muito depois dos créditos finais.

E depois há as bandas sonoras (no meu telemóvel roda o Ain't no sunshine), as quotes, as cenas que se recordam, tipo "ai, e quando ele diz que blá blá blá e depois ela responde blá blá blá, ohhhhhhhpááááááá é tão lindooooo".

Muitos deles podem até ser filmes ditos menores, podem não favorecer um certo pseudo intelectualismo muito em voga, mas honestamente estou-me a lixar!

Por exemplo, vi o Love Actually vezes sem conta, tenho o Notting Hill gravado no MEO, pra qualquer eventualidade, e ainda ontem estive a ver o Sleepless in Seatle pela . . . xa cá ver....não sei, mas também já vi este uma meia dúzia de vezes.

E é só pra que conste.
 

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