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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nem a dignidade me deixam.

**

- Dás-me a lua?
- Dou. É tua!
- Ajudas-me a agarrar aquele sonho?
- Ajudo! Diz-me só, onde o ponho!
- Ficas comigo até ao fim?
- Não brinques comigo, que ainda te digo que sim!




Estou de volta para mais um desabafo das minhas pequenas misérias.

Assim de repente, como um chapadão que nos assenta mesmo em cheio, fez-se luz. A minha vida é um sem fim de coisas por cumprir. Eu não sou uma pessoa vertical como tantas vezes me deito a apregoar, e isso é no mínimo desconcertante e desmoralizador ( e ainda há-se ser umas quantas coisas mais começadas por "des", de certezinha). Senão vejamos. A parte do dia que não estou no emprego, estou quase sempre em casa. Estou quase sempre em casa em modo "vinil riscado alienado demente e maníaco do século passado a qual ninguém liga um pedo". Uma coisa do género: "eu disse que queria o fogão lavado, e tu chamas a isto lavado!", "porra! mas o que faz ainda aqui o saco do lixo do jantar de há três dias!!!!", ou ainda "porque é que dizes que a casa de banho foi limpa, e não mudaste o cesto dos papeis!???", sem esquecer o "acabou-se! ou fazes o que te digo ou então não vais ao treino/café/sair com o namorado/cinema/computador/telemóvel/msn/televisão/etc, etc, etc,", obviamente sempre seguidos da expressão " é que não tiras daqui o cu! (ou as nalgas*, vá...)".

Tudo isto, sempre num tom de voz, muito acima daquilo que a minha própria pobre cabeça já vai aguentando. Tenho por isso a nítida sensação, que entre este momento e um outro que será eu sair à rua em pelota, ou mandar-me da varanda abaixo, já não distará muito.

A verdade é que esses castigos, acabam invariavelmente antes de chegarem ao fim. E terminam da forma mais degradante possível.

Sou sempre comprada por uma pontada de pena que me nasce aqui dentro, e depois eu tento enxotar, mas já não é só pena, e depois já é uma mistura de dó e culpa e quando chega a pergunta envolta em falinhas mais ou menos mansas, tipo : "já está tudo arrumado, achas que posso ir ao blá blá blá?" , nessa altura, dizia eu, apanham-me totalmente de portas abertas, desprotegida, indefesa, de calças nas mãos é o que é. E por muito que ponha a minha pior cara ("estás sempre com uma cara!"), é mais que sabido, que a outra parte está confiante na minha resposta falsamente mal humorada "vai lá...mas ficas a saber que é a última vez! entendes! ENTENDES!!!".

Claro que entendem. Entendem até demais.

Uma vez um especialista destas coisas do comportamento, disse-me "minha senhora, os castigos têm que ser levados até ao fim, por isso pense bem antes de os dar."

Acho que o homem estava coberto de razão.
Acontece que razão é coisa que a minha pessoa não conhece, e quando dou um castigo, a raiva é maior que o mundo e sai sempre assim uma coisa brutal, à séria, uma coisa assim mesmo mesmo de má.

Ou seja, eu sou uma troca tintas, uma borra botas e uma fala barato.

Uma tristeza portanto.

*nalgas=nádegas (alguém podia não saber...)
**fui eu que escrevi sim senhora!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Incompetências


Ontem, reunião escolar intercalar do rapaz.

Em quase nove anos de vida académica, mais os três de treino na pré, foi a primeira vez que ouvi a melodia tão ansiada e constantemente adiada: o rapaz tem apresentado melhorias ao nível do comportamento que são assinaláveis, já não chora e mesmo o professor x e a professora y, que já o conheciam de outros anos, estão muito surpreendidos blá blá, e o aproveitamento é também reflexo dessa melhoria blá blá.

Nem sei se foi bom o que ouvi. A sério! Fiquei de pé atrás, não há como não ficar. Uma tradição não se quebra assim num abrir e fechar de olhos de dois mesitos, hummm o gaijo deve andar prá tramar...

No outro lado da sala, a mãe do aluno mais brilhante do grupo, o mais brilhante desde sempre, e a todas as matérias; ouve da Directora de Turma que o filho tinha descido um pouco as notas, e que provavelmente haveria alguma coisa que o andaria a perturbar blá blá. A mãe de imediato respondeu que sim, que tinha havido um motivo, mas que já tinha sido identificado e resolvido ponto final.

E foi neste momento que uma parede me caiu em cima. Não literalmente, calma! Mas houve ali um clique. Então eu ando há 9+3 anos a ouvir a mesma música uma e outra vez, vou pra casa num pranto depois de cada reunião, grito que faço e que aconteço e que nunca mais, de dedo e braço em riste, e tudo, e depois vem uma tipa destas e assim com um sorriso Giocondico, uma voz compassada e sem admitir mas; vem esta fulana dizia eu, apregoar que detectou o problema e até o resolveu e está!?

Mas que merda de mãe sou eu!?

Uma pessoa vai, até ouve coisas boas do nosso educando e tudo, e depois toma lá que já almoçaste! Vê se pões aqui os olhinhos filha! Que deve ter sido mais ou menos o que a mãe em questão pensou. De mim e das outras otárias todas que lá estavam a salivar perante tanta competência numa só criatura.

Nestas alturas tenho vontade de ser violenta, e é aí que penso resignada que as crianças não saem às pedras...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Presunção e água benta...


"Oh mãe estás sempre a queixar-te das notas, mas eu explico: vê lá se entendes que eu sou intelectualmente perfeita! Mas tanto tanto tanto, que este tanto não cabe dentro de mim, que sou assim pequena e baixa, e transborda.

... e é só por isso que não consigo ser melhor. "


Palavras da mais velha.

Há gente que tem uma lata...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sho(R)t Cake



Isto de ter filhos tem que se lhe diga, e que o diga quem os tem.

Chega a uma certa altura da nossa/deles vida em que é necessário começar a cortar amarras, ir dando aqui e ali um voto de confiança. Desde já devo dizer que sou um bocado avessa a cortar seja o que for. Não sou propriamente aquilo a que se chama mãe galinha, sou muito mais uma espécie de mãe tirana. À pergunta, posso?, apetece-me sempre responder com um redondo não, e se não o faço mais vezes é porque ando a trabalhar num certo auto-controle que já percebi tenho que ter.

Ora na semana passada, o rapaz, pediu-me para ir à festa do Halloween, que era Sexta-Feira à noite, que era organizada pelos finalistas da escola, que ia com uns amigos, que certamente se ia portar bem, etc.

Achei que era melhor engolir o não, e lá lhe disse que sim senhor podia ir à festa. Que sim senhor podia chegar um bocadinho mais tarde, tipo duas da manhã, que não bebesse, que se portasse bem, e coise.

Chegada a Sexta-Feira o rapaz lá se aperaltou todo, roupa a estrear - fico bem?, estou o máximo, não estou? (sim, não é lá grande coisa em termos de modéstia...), e toca de ir prá festa.

Saiu de casa por volta das 11 da noite. O rapaz que não tem ainda os 15 anos feitos, é bom que se diga, e que as poucas vezes que sai, entra sempre às 11 e meia em ponto.

Levou a chave, muito inchado porque iria chegar a casa com o pessoal todo a dormir, a irmã mais velha nem sequer lhe apeteceu ir à dita festa.

Estava eu já "amandada" pra cima do meu sofá. A pequena a dormir, a mais velha a ler no quarto, o pai ainda a trabalhar, o relógio da sala marcava as exactas 12.22, assim mesmo, meia noite e vinte e dois minutos, a chave na porta. Uma tentativa, depois outra, uma terceira e abre-te sésamo. Já chegaste?? (eu incrédula), mmas pouco passa da meia noite! Eu a falar a caminho das escadas. Lá em baixo o rapaz despedia-se dos companheiros, assim um bocado a despachar (achei eu), espetou com a porta na cara de uma miúda que estava à espera de uma despedida mais elaborada coitada, e subiu as escadas a correr. Que sim, que estava giro, mas aborrecido, que não se fazia lá nada, que...e desatou a correr prá casa de banho. A próxima imagem que tenho é dele a "rezar", cabeça enfiada na sanita a despejar os restos de Haaloween. Oh pai, chega cá abaixo que isto é departamento teu. O pai veio. Foi buscar a máquina fotográfica e tratou de deixar para a posteridade a primeira bebedeira do filho. - homem que é homem aguenta firme, e voltou para o trabalho. Entre um vómito e outro, ainda teve tempo de mandar ao pai um olhar de ódio. Nessa noite houve mais duas rondas à casa de banho, parece que a festa teve encores, tipo só mais um, só mais um, só mais um.

O rapazote esteve menos de hora e meia na festa e bebeu dois shots e duas cervejas, o rapazote que não pode com um gato pelo rabo e outras coisas que não digo.

Mas pronto, não houve gritos (nem sei como), nem zangas.

Por minha vontade não põe os pés noutra festa antes dos 25 anos. O pai com a manais das condescendências acha que ele deve ir já na próxima, só pra ver o desfecho.

Na manhã seguinte, toca a levantar às 7 da manhã que era dia de acampamento. Levantou-se aos ziguezagues, tentou engolir o pequeno almoço e novo contra-relógio para a casa de banho!

Cara lavada, branco a fazer jus ao dia das bruxas, implorou-me: mãe fala com o chefe pra não apertar muito comigo hoje faxavôr, é que não me sinto lá muito bem. Tá bem meu amor.

Entreguei os três gaiatos, fardados e de mochilas às costas, claro chamei o chefe Nuno dos pioneiros para um pequeno à parte. Nuno, tu vê lá que ele está em processo de crescimento aperta com ele faxavôr.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Choque


Há dias que uma pessoa o melhor que fazia era arranjar uma dor de barriga, e ficar em casa arrecadada.

Esta manhã fui com os dois mais novos caminho de Évora, para consultas de rotina e exames e porras que não interessam agora pró caso.

O galarote do gaiato, sentado ao meu lado, armado aos cucos, foi o caminho todo: vai mais depressa, já é tardíssimo, devíamos ter vindo mais cedo, é sempre a mesma coisa. E por aí adiante.

Eu lá fui fazendo ouvidos de mercador. Olhos postos no trânsito, e ouvidos no cd do Glee, cantarolando alegremente.

Chegados à cidade, outra vez a conversa: xiii olha lá as horas, estamos atrasadíssimos, vai mais depressa.

Neste momento, e àquela hora, até mesmo em Évora há bichas, coisas pequenas é certo, mas que nos obrigam a andar mais devagar principalmente na entrada das milhentas rotundas que fizeram nos acessos ao centro da cidade.

Vai daí que eu já estava a azedar, e viro-me pra lhe dizer que fazia melhor em estar caladinho, e truz!

....

....


espetei-me no veiculo da frente (gosto desta terminologia GNRistica, de veículo).

Vá lá, vá lá que a coisa até não correu pior. É que nem uma esfoladela em nenhuma das viaturas (outra vez a mesma terminologia-viaturas). Parei, como é da praxe, desci do carro, eu e mais o ocupante do veiculo da frente, lá observámos cuidadosamente, e o senhor, então minha senhora, de braços abertos como quem diz, então minha grande azelha, e eu, desculpe, distraí-me por um segundo, mas olhe não foi nada, tá a ver. Ele olhou outra vez, desconfiado, e lá assentiu.

Pronto. Toca a seguir viagem.

E o galarito mal entro, ponho o cinto e fecho a porta: então isso foi o quê? tem que haver mais atenção não é? - muito sério e compenetrado.

Apeteceu-me parar outra vez a "viatura" e sová-lo ali mesmo, mas só consegui articular: - Tu pára imediatamente de ser......homem!

Só depois me apercebi que já era tarde. Ele já é uma espécie de homem, já é um bocadinho mais que um girino, e triste fado, já lá tem tudinho o que um homem tem. Aquelas palavras especiais nos piores momentos, aquele dom para arreliar.

Não perdeu pela demora a amostra de gente. Mal chegámos ao consultório, que aliás estava apinhado de gente, e só assim em jeito de demonstração de força, atirei: - Querido, se quiseres ir fazer xixi vai agora.

Um homem não faz xixi, mija. Olhou-me de esguelha e riu-se. O cabrãozinho é esperto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

vamos lá ver se a gente se entende



Existe uma praga, uma coisa grandiosa que se está a espalhar à rapidez da luz, as pessoas, e quando digo as pessoas, V.Exas. poderão comprovar com um tudo nada de atenção, são muitas pessoas, demais, na televisão, na rádio, nas conversas diárias, as pessoas dizia eu, teimam em pronunciar orgulhosamente e à boca cheia : PRENCIPIO.

Prencipio.....PRENCIPIO pá!

Oh Santo Deus, isto nem sequer é uma palavra, a não ser que algum iluminado apareça aí com um manifesto para esta pérola constar no dicionário.

Procurem onde quiserem, pesquisem, googlem, o que for preciso! Não encontrarão significado para esta pseudo-palavra.

O que é que vem a seguir? hein? Se isto é o PRENCIPIO, então devemos estar perto do FEM.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O travão

A mais pequena tem professora nova.
Ao fim de três dias de aulas, um dos quais de apresentação, a professora (amiga de longa data) diz-me:

- Oh Carmo, onde está o travão da gaiata!?

Resposta fácil e imediata:

- Funciona com travão de mão, e está mais ou menos à altura das nalgas.

Pra bom entendedor...


sábado, 4 de setembro de 2010

Sacanices



Bem sei que o meu aspecto pode não ser grande coisa, bem sei que já tive melhores dias, oh e quem não teve..., mas daí até a gaiata mais nova ver em mim uma espécie de caixote do lixo, vai uma grande distância!

E nem estou a falar de um Eco ponto, nada disso, é mesmo um daqueles caixotes de lixo plásticos, sujos, com pastilhas elásticas a forrar o fundo, e papeis de rebuçados e chupas e porras colados nos lados.

A tipinha come um gelado, e a meio diz "mãe toma, já não me apetece mais." e desaparece enquanto eu lá fico com "o menino nos braços", todo derretido e a escorrer-me plos dedos até cair em pingas na saia, na blusa ou onde quer que faça mal.

A sacaninha come uma pastilha elástica, espeta-me com os papeis nas mãos e cerca de dez minutos depois reclama "isto já não sabe a nada! Queres mãe?"...já não sabe a nada, queres mãe!!!!??? "não, não quero minha querida" respondo eu controlada, mas com um leve ranger de dentes, enquanto por dentro penso "não, não quero meu estupor, e se a pusesses no buraquinho do cu!".

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sitiados



O gato está a miar ao pé da porta da varanda.


E diz ele, "Já viste isto? Se nós nem o gato deixamos sair, quanto mais os miúdos..."


Perfeito exercício de lógica.


Ps: O cordão umbilical é de aço extensível e infinitamente duradouro.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aos amores



Faz hoje exactamente 17 anos, mais ou menos a esta hora que começava a minha aventura pelo mundo dos afectos cá de dentro. Os afectos não (só) do coração, mas da carne, da dor, da angustia, do amor total e incondicional.


Estou a ser lamechas? É também disso que reza o (f)acto de ser mãe, por isso não se incomodem.





Parabéns Leonor Linda. Que a vida seja por inteiro toda tua porque não mereces menos que isso.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Arranjem um porta-voz!


É que assim é complicado. Os fins de semana deveriam ser momentos de lazer, sem horários, nem compromissos inadiáveis. Mas não. Não senhor!

Já se sabe há as limpezas, há as refeições, há as toneladas de roupa pra passar a ferro, enfim, o normal numa casa cheia de gente.

E se fosse só isto, não chegava? Sobrava digo eu. Mas não...

Quando por fim o corpo já suplica por descanso, e o sofá faz o chamamento para acasalar, (re)começa o "jogo"... entra o primeiro "mãe tás a ver televisão (não, estou a coçar o traseiro...)? tás a ver o quê?, lá respondo muito a contra gosto, e sendo a falta de interesse óbvia, o personagem sai pela outra porta. Entra o segundo "mãe tás a ver televisão (uiiiii)? tás a ver o quê?- joga-se pra cima do sofá. Respondo já com pouca vontade conversa e um ligeiro sopro de desagrado. entra o terceiro (normalmente a cantar) - mãe tás a ver televisão? tás a ver o quê? posso mudar? - não, não tou a ver televisão, estou a ter um esgotamento nervoso, tou a ver que tenho que vos doar a bem da medicina, e não não podes mudar coisíssima nenhuma a não ser o teu cu daqui pra fora! e pronto lá se vai a calma e o verniz de um fim de semana em família...

Por momentos eu e o sofá conseguimos prosseguir nas nossas intimidades. Mas lá diz o povo, não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe. Começa o segundo round. "Mãe o que é o jantar?, respondo naquele tom que não admite mais perguntas. Entra outro, senta-se lá na ponta a olhar pra mim, mãe? mãe? o que é o jantar? não respondo. Não me apetece. A pessoa levanta-se a resmungar- xiiii é que nem me liga! só queria saber o que é o jantar, mai nada! e continua a lamuriar pelo corredor fora. Terceiro, discretamente vem ver se o telemóvel já está carregado, desliga-o da ficha, e "mãe? o que é o jantar?" ....*

Xiça!! Era demais pedir muito um bocado de organização?





 

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