
Eu.
Não é fácil ter que chegar a esta conclusão sobre mim, mas há que pegar o toiro pelos cornos...
Diz o dicionário da língua portuguesa, que pindérica é um termo depreciativo que se prende com a falta de elegância. Portanto, eu.
Ontem num supermercado cá do burgo, uma funcionaria da caixa, depois de ouvir uma conversa entre mim e a minha "comadre", disparou sem do nem piedade: ahh então são comadres? bem bem...tem que se por a pau que ela é toda jeitosa e elegante!
...
...
...
Não que seja grande novidade pra mim. A verdade é que que cada vez me vejo mais parecida com a minha mãe, que nunca na vida perdia tempo a ver-se ao espelho. A vida vai-nos encaminhando, tipo cicerone, e quer seja por escolhas ou dados adquiridos, vai-nos desmoronando castelos e construindo casinhas.
Não me estou propriamente a queixar, mas por outro lado estou exactamente a queixar-me aiii a minha vidinha e assim.
Não digo que tenha abdicado de mim enquanto mulher, mas com certeza que fui arquivando muitos dos meus quereres em detrimento de banhos de realidade contínuos.
As vicissitudes da vida têm encontrado uma criatura com pouca atitude em relação à vaidade, física vá lá. Não tenho paciência para horas no cabeleireiros, opto habitualmente por cortar em casa, pintar em casa, esticar em casa e por aí adiante.
Sou roedora de unhas a tempo inteiro desde que me conheço, o que impossibilita de todo manter alguma postura. Nunca fiz uma manicura, ou pedicura, tenho pouquíssimos pares de sapatos, ou carteiras, ou outra coisa qualquer.
Caí na asneira de acreditar piamente na falácia de "o que conta é o que esta cá dentro", mentira!
O que esta cá dentro é o quê? O que esta cá dentro só pode ser valorizado no contacto com os outros, e quanto muito resulta num mundo um bocadinho assim a dar pro solitário se o envolvente humano/social não for compatível.
Por isso mesmo, tenho a casa atibada de livros, a cabeça atafulhada de conhecimentos (pronto, não serão assim tantos), e visualmente sou uma nódoa.
Se isso me preocupa? Mas e claro que preocupa! Apetece-me ser gira por fora, e elegante e essas merdas todas!
Enfim, depois desta mini revolta interior, começam a martelar-me na cabeça frases tão sabias como: burro velho não aprende línguas e o habito faz o monge.
Não creio que haja alguma esperança de nascer aqui uma quarentona toda boa de pele hidratada e unhas perfeitas e cabelo sedoso e de fazer parar o trânsito e coise.
Mas tenho pena, a sério que tenho.
Não é fácil ter que chegar a esta conclusão sobre mim, mas há que pegar o toiro pelos cornos...
Diz o dicionário da língua portuguesa, que pindérica é um termo depreciativo que se prende com a falta de elegância. Portanto, eu.
Ontem num supermercado cá do burgo, uma funcionaria da caixa, depois de ouvir uma conversa entre mim e a minha "comadre", disparou sem do nem piedade: ahh então são comadres? bem bem...tem que se por a pau que ela é toda jeitosa e elegante!
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Não que seja grande novidade pra mim. A verdade é que que cada vez me vejo mais parecida com a minha mãe, que nunca na vida perdia tempo a ver-se ao espelho. A vida vai-nos encaminhando, tipo cicerone, e quer seja por escolhas ou dados adquiridos, vai-nos desmoronando castelos e construindo casinhas.
Não me estou propriamente a queixar, mas por outro lado estou exactamente a queixar-me aiii a minha vidinha e assim.
Não digo que tenha abdicado de mim enquanto mulher, mas com certeza que fui arquivando muitos dos meus quereres em detrimento de banhos de realidade contínuos.
As vicissitudes da vida têm encontrado uma criatura com pouca atitude em relação à vaidade, física vá lá. Não tenho paciência para horas no cabeleireiros, opto habitualmente por cortar em casa, pintar em casa, esticar em casa e por aí adiante.
Sou roedora de unhas a tempo inteiro desde que me conheço, o que impossibilita de todo manter alguma postura. Nunca fiz uma manicura, ou pedicura, tenho pouquíssimos pares de sapatos, ou carteiras, ou outra coisa qualquer.
Caí na asneira de acreditar piamente na falácia de "o que conta é o que esta cá dentro", mentira!
O que esta cá dentro é o quê? O que esta cá dentro só pode ser valorizado no contacto com os outros, e quanto muito resulta num mundo um bocadinho assim a dar pro solitário se o envolvente humano/social não for compatível.
Por isso mesmo, tenho a casa atibada de livros, a cabeça atafulhada de conhecimentos (pronto, não serão assim tantos), e visualmente sou uma nódoa.
Se isso me preocupa? Mas e claro que preocupa! Apetece-me ser gira por fora, e elegante e essas merdas todas!
Enfim, depois desta mini revolta interior, começam a martelar-me na cabeça frases tão sabias como: burro velho não aprende línguas e o habito faz o monge.
Não creio que haja alguma esperança de nascer aqui uma quarentona toda boa de pele hidratada e unhas perfeitas e cabelo sedoso e de fazer parar o trânsito e coise.
Mas tenho pena, a sério que tenho.