sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sexo

élá!!!!


exactamente! hoje é isto, e explícito!


Não consigo transcrever o enfado com que os dois mais velhos recebem as aulas de educação sexual. Como toda a gente que sabe, quando se tem determinada idade a malta pensa mesmo que sabe tudo, e não precisa saber mais.

(eu, que já estou a fazer o caminho de volta, também já tendo a pensar assim)

As minhas abordagens a este tema com os miúdos, não são de forma alguma exemplares. A coisa passa mais por ir largando bombas, na maior parte das vezes com um cariz mais para o irónico e tal. Tenho as minhas próprias correntes, as minhas próprias camisas de forças que me foram vestidas de pequenina e que eu fui apertando com o correr dos anos. A diferença é que sei que existem esses condicionantes. Sou uma bota de elástico, admito, e apesar das minhas guerrilhas, este é um tema difícil. Há quem fale muito abertamente dos factos, coloque na mesa todas as cartas, até admiro esse tipo de conduta, mas decididamente para mim não.

Provavelmente há em mim uma série de puritanismos que me impele a agir de determinada maneira, sempre tentei incutir tanto na rapariga como no rapaz o respeito pelo corpo como um templo que é, e o respeito também pelo outro.

Claro que dito assim parece mais uma aula de catequese do século passado, mas, há sempre um mas, há momentos em que é preciso usar de alguma seriedade.

Coisa que não acontece a maior parte do tempo...

Para mim seria impensável andar a sondar o pessoal sobre as suas experiências "fisicas", é óbvio que me preocupa, por tudo o que daí pode resultar e em última análise por um ciume visceral impossível de reprimir, mas deixemos isso.

Ontem lá vinha a mais velha completamente injuriada da aula de ES. O tema "a homossexualidade". A rapariga vinha a bufar de raiva, desconsolada com tudo o que lá tinha ouvido pela boca dos seus colegas rapazes e raparigas, pérolas do tipo "é uma doença", "é uma doença contagiosa", "eu não concordo com os homossexuais" e por aí adiante.

Cá dentro fiquei a abarrotar de orgulho pela reacção dela, pela inteligência que a impede de confundir crenças religiosas e liberdades pessoais. Pensei que talvez eu tenha tido parte na formação daquela opinião vincada, talvez haja ali um dedinho meu naquela quase mulher que empina o nariz e fala e acima de tudo pensa.

Depois conversa puxa conversa, veio o estigma da gravidez na adolescência à baila, e ele, o rapaz, perguntou-me no gozo se eu o ajudava a criar o filho que esperava. Lá lhe disse que quem os fizer que o crie, e que para fazer filhos é preciso saber como, onde é pra encaixar a peça e etc. Perante as gargalhadas da irmã e não querendo ficar mal na fotografia, a resposta veio rápida, que ela (a consorte) não se tinha queixado muito apesar das dimensões fora do comum do seu membro viril e blá blá blá...

Então perante tal informação perguntei-lhe: quem é que não se queixou? a direita ou a esquerda?

Ficou de boca aberta, o quê? agora não percebi...



PS: roubei a ideia do titulo ao Salvador, até porque hoje de manhã quando aqui cheguei três dos meus seguidores tinham dado ares de Vila Diogo, ou de frosques como quiserem, e isso deixou-me um bocadinho magoada.

7 comentários:

Johnny disse...

Mais uma para o livro. Só não sei se deverá ser a mãe a escrever as histórias ou os filhos.

Brown Eyes disse...

Mel estou lixada, estive aqui a esmerar-me, fiz um longo comentário e quando dei conta tinha desaparecido. Bem vou começar. Quanto aos seguidores, penso que muitas vezes é erro do google, já me aconteceu descer um e passado um minuto já lá estava outra vez. Depois ter seguidores que não comentam não tem interesse. Há muita gente que se põe como seguidora e nunca mas, NUNCA comenta. Eu tento seguir mesmo, comento sem que posso, senão não sigo. Fácil, não é? Na fabrica há meses que não participo e porquê? Não tenho tempo para ler as participações e acho injusto participar e ficar no meu cantinho sem nada fazer. É impossível conseguir ler tanta participação. Esta vida de andar de um lado para o outro tem o seu contra e a falta de tempo é um. Estou a aproveitar para desabafar, estás a dar conta não? Sabes de que sinto mais falta? Do meu sofá. Há tanto tempo que não consigo deitar-me no sofa. Bem mudando de assunto vamos, agora, para a aula de ES. Como as coisas mudam mas, ainda bem. Agora pelo menos têm informação o que evita muitos problemas. Quanto à garota, adoro gente assim, despachada, que diz o que pensa e não está com meias medidas. O pessoal nunca mais mete na cabecinha que as pessoas são diferentes e que isso não significa serem melhores ou piores. Este pessoal, mais novo, tinha obrigação de ter outra mentalidade mas continuam retrogrados. Beijinhos

Poetic Girl disse...

Lol com este título vais angariar não sei quantos mais... :) pois ser mãe não é fácil não! beijocas

Anónimo disse...

Desconfio que eu e a Leonor saímos da aula de ES com fama de lésbicas. (seriously.) Mas com frases do tipo: "Ah só os homossexuais é que são pedófilos e têm SIDA", qualquer pessoa com dois dedos de testa se passa.

Rafeiro Perfumado disse...

Sinceramente eu tenho pena de não assistir a uma dessas aulas, ainda mais porque estou em crer que muitos putos sabem mais do que os professores!

João Roque disse...

Mas claro que os teus filhos têm os "trabalhos de casa" preparados para as aulas de ES; ou achas que a miúda reagia assim sem esses "trabalhos"?
Quanto aos seguidores, ainda te preocupas com isso?

meldevespas disse...

Jóni Porquê? Querias saber a versão deles? Certamente seria mais arejada...

Mary Tinham obrigação de ser mais abertos, é só o que se pede com tanto esclarecimento. Mas, ao que parece não são, são tão antiquados como os nossos avós e a maior parte deles tem orgulho nisso o que não augura grandes mudanças. Quanto ao sofá, vem até ao alentejo e eu arranjo um sofá e um tempinho prá malta pôr a conversa toda em dia! Beijo

Bela Poizé! Isto de ser mãe é do caneco! Beijinho

Leonor Acho muito bem que vocês que são umas meninas inteligentes façam ouvir a vossa voz sem medos. É assim que se mudam mentalidedes. Beijo

Rafeiro Em primeiro lugar benvindo, em segundo, depende dos professores, não é? o problema são as chico espertices, e isto vale prar miúdos e professores.

João É como te digo, eu esforço-me e espero que valha de alguma coisa. É engraçado que com o rapaz é mais dificil de abrir horizontes. Os homens da nossa terra, desculpa de dizer, mas é assim, são ainda assim um bocado mais cabeça dura do que as mulheres. Beijo

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