quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tens a mania, tens!


A Mary Brown, diz que anda intrigada a propósito das eventuais e hipotéticas manias que uma mãe de três crias possa ter....
A Weeezita que até já me conhece uma ou outra das pouquíssimas manias que tenho (cof cof cof) também se armou aos cágados, e vai daí que primeiro uma depois a outra me desafiaram a desfiar aqui 5 taras minhas.
Devo dizer que pensei, meditei, ponderei, interiorizei, e coise, sobre o tema, e quase que a ferros, lá se fez luz. Ora então cá vai, se são pessoas sensíveis, ou facilmente sensibilizáveis, façam o favor de sair:
Ahhh mais uma coisinha, a ordem é aleatória, que eu não me dou, nem nunca dei bem, com essas coisas das primeiras e segundas e isso.
Então é assim:
Esperem, esperem...por favor não me levem a mal por qualquer coisita que vos pareça menos próprio...afinal de contas todas/os temos as nossas "pequenas" borbulhas infectadas...

1- Parece que, mais que uma mania, esta confissão está a tornar-se um acto de contrição conjunto...pois é, também eu adoro ler sentada no "trono". Mais, sou incapaz de entrar na casa de banho seja para fazer o nº 1 ou o nº2 (sic Carrie Bradshaw)sem ler o que estiver à mão, o folheto do Modelo, a Dica do Lidl, and so on, and so on...
2 - Sou uma roedora de unhas e peles adjacentes convicta e assumida. E gosto! E faço feridas e às vezes até ponho pensos porque o especto é tão tão nojento que mais por medo de que alguém se possa sentir mal ao ver aquele espectáculo, opto por tapar e dizer com aquela descontracção : - pá cortei-me!
3 - Esta é o chamado três em um, e prende-se com as superstições que me foram passadas pelas gerações anteriores e que prezo muito em cultivar. Jamais sacudo a toalha de mesa do jantar depois de o sol se pôr. Porquê? Ora porque a minha mãezinha, e antes a minha avó, sempre me diziam que sacudir a toalha à noite é deitar fora o pão de casa. Mais, não suporto ver facas cruzadas, e a tara é tão grande que se estendeu a todos os talheres, fico com arrepios na espinha com talheres cruzados.
Nem pensar em alguém deixar uma tesoura aberta em minha casa, fico possessa, e ninguém de bom senso me quer ver assim...Não corto as unhas à sexta-feira. NUNCA, nem eu, nem vivalma cá em casa. Ups afinal é um 4 em 1, paciência.
4 - Esta pode parecer, mas não é uma superstição, é mesmo só uma mania parva minha, mas daquelas verdadeiramente parvas e estúpidas...quando tenho alguma coisa no fogão, ou no forno, seja um belo lombo a assar, ou um bolo, ou outra iguaria, que não se atrevam a apagar a luz da cozinha!!!! Tenho cá para mim que a comida não gosta de estar às escuras e não me perguntem porquê!
5 - Quando as crianças bocejam na minha presença, faço-lhes o sinal da cruz sobre a boca dizendo: "anjinho bento entre por esta boquinha adentro"...
6 - Tenho a cagança de citar. É aquela coisa de parecer muito erudita e tal, tenho sempre uma frase para ilustrar qualquer conversa por mais banal que seja...uma piroseira do piorio, mas adiante...
7 - Pera lá! Atão não eram só cinco minha varejeira!!!!
Desculpem, mas isto deu-me um trabalhão do cacete e fica já assim! E vá lá vá lá, eu não falar das manias que tenho de saber de cinema, e livros e porras e falar sozinha e......
Bem visto bem visto, sou uma manienta daquelas à antiga! Fujam!

Só mais uma coisinha. Era suposto passar o desafio, mas eu não vou passar nada a ninguém. Sim, às vezes também tenho a mania que sou má.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Espelho, espelho meu...

Muito se fala na relatividade da beleza.
Que a beleza verdadeira é aquela que não se vê, que o que interessa não é o invólucro, mas sim o que está lá dentro, que as mais belas rosas são as que não têm qualquer perfume...poizé...bullshit! Tá-se mesmo a ver que isto é mesmo conversa de gente que por um ou outro motivo aleatório ou nem por isso, nasceu sem ser bafejado pelo hálito fresco de Afrodite, Venus, Lakshmi, Brandwen, Freyja ou outras do mesmo calibre.
Esqueçam, se pensam que a seguir vem o habitual chorrilho de falsas modéstias, "ah porque eu sou tao feia", "ah porque eu sou tão desinteressante". Podem tirar daí o sentido.


Toda a minha existência, tem sido feita de altos e baixos, acho que é o que basicamente acontece com quase toda a gente. Na adolescência era uma pita com a mania, nariz empinado, armada em culta e tal, a falar com gestos largos e voz alta, tudo isto a maquilhar uma insegurança que até hoje não me larga. O mais trágico no meio disto tudo é que me revejo (salvo o upgrade óbvio) na minha mais velha! Todos aqueles trejeitos que conheço de cor e salteado, aquela áurea de miúda sabe tudo, fixe, estilosa...mas que ao mesmo tempo tem uma relação com o espelho que é um desastre.

Todo este palavreado vem a propósito de uma fotografia infame, onde eu, aí com uns 6 ou 7 meses, empunho um martelinho de plástico, enfiada dentro de um macacão de malha branco, tricotado pela minha avó Catarina "Carrapata". A minha querida mãe, e já agora acho que com a concordancia do meu paizinho, fizeram o favor de mandar o fotógrafo fazer umas 20 ou 30 cópias do dito retrato, que, até hoje, 42 anos depois, me persegue por todos albúns de familiares e gavetas atafulhadas de memórias antigas. Esta fotografia, ando cá desconfiada, encerra nela, todos os traumas e inseguranças que me assombram (às vezes...poucas vezes que eu não sou muito dada a esses "ais, uis").
Como podem comprovar, é um pesadelo, eu tinha a cabeça cheia de eczema, e estava muito longe do ideal de um bebé bonito, aliás se quiserem ser honestos (eu aprecio a honestidade) nem pareço própriamente uma criança e agora mesmo estou a ver aqui e ali um certo ar de Benjamin Button. Deplorável esta pequena jóia de família. O que teria passado pela cabeça dos meus pais!? Acharam com toda a certeza que estavam na presença da coisa mais perfeita que alguma vez alguém teria visto!


É que só pode!



Os olhos de uma mãe, são quase pecaminosamente falsários, mentirosos e a um tempo vivem nessa mesma ilusão, de que as suas crias são as mais belas. Contam tantas vezes a mesma mentira, que lá no âmago do seu ser esta transforma-se na mais perfeita das verdades.
Ainda me lembro, quando a educadora da Leonor (a mais velha), me chamou (a senhora era uma daquelas religiosas à paisana, muito recta e autoritária, com a mania que tinha Deus na barriga, quando na verdade O deveria ter no coração), muito indignada, porque a rapariguinha repetidamente apregoava ser a menina mais linda da sala. Eu ainda pensei desculpar-me "sabe, as meninas têm destas coisas, não ligue, se calhar é próprio da idade, afinal só tem 3 aninhos..." e assim...mas não gostei do tom critico, não gostei no dedo espetado direito ao meu nariz e ao meu orgulho, vai daí que "sabe Irmã...ela diz isso, porque é o que eu lhe digo todos os dias de manhã quando a acordo e à noite quando a deito", confesso que cada palavra foi desfechada com a violência de uma bofetada. Essa agora!

O que me transporta sempre, para uma estória/fábula que a minha sogra costumava contar às crianças, sobre uma cegonha que fez um pacto de paz com uma raposa e lhe disse que jamais poderia comer-lhe as crias. Ora a raposa, perguntou-lhe como poderia reconhecer os filhos dela, nunca tinha visto cegonhitos! Ao que a cegonha lhe respondeu "logo que os vires, os reconhecerás, porque são os mais belos que há neste bosque". No primeiro passeio pelo bosque, a raposa deu de caras com um ninho em cima de uma árvore frondosa, lá dentro estavam quatro pequenas aves meio peladas, feias como a noite escura e sem mais, tratou de as comer. Claro que eram os filhos da cegonha, que, para quem não sabe são umas criaturas feias de dar dó!
Voltemos então à fotografia do martelo. Eu era claramente a cegonha bebé, e só a minha santa mãe não dava por isso...

Mais tarde, já do dealbar da minha pré-adolescência, encontrei este exemplar bem emblemático da minha pessoa. Devia ter 10, 11 anos, e não há muito tempo fui dar com os meus filhos a rir às voltas desta fotografia. passavam-na de mão em mão, e a cada volta iam descobrindo naquela rapariguita espevitada, a mãe deles.
- Xi mãe! É que devias ser do píorio! Tu tás a ver bem este sorriso! Se não tinhas tramado nada, certamente estavas "com ela fitada" pra tramar!
Nesta imagem, estou de facto mais próxima do que sou. Tenho efectivamente um sorriso um bocadinho...gosto de pensar que, misterioso.

Também qual é a mulher que não gosta de pensar que é misteriosa?



ps: aquilo das deusas, foi tudo googlado, eu até sei umas coisas e assim, mas Feyja??? no way!

pss: decidi não mostrar imagens da adolescência, porque o conceito de estilo 80's poderia chocar os mais distraídos

psss: e mais recentes ainda menos, porque a focagem da Canon, é boa, mas é pouco larga...

pssss: acho que é mesmo tudo

Pic martelo: de uma qualquer gaveta de uma qualquer casa de um qualquer familiar


Pic mais crescida aqui



 

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