O facto de falar em preconceito, por si só estabelece desde logo a existência de um.
Por vezes até o simples facto de uma pessoa passar a vida em bicos de pés e braço no ar, a apregoar a sua abertura a isto àquilo e ainda ao outro é também um traço bem definido de se ser preconceituoso, a ver "tás a ver eu não tenho preconceitos com pretos racista de merda!", ou ainda "eu sou a favor dos paneleiros!".
Eu, sendo Alentejana de gema(e clara e casca já agora)carrego o estigma da sesta desde o dia em que nasci. Mesmo que em qu..coiso anos de vida eu não tenha dormido mais que uma ou duas putas de sestas! Eu e muitos alentejanos. Depois são as anedotas, em que quase sempre o alentejano estúpido vai à cidade e acaba a ser literalmente "enrabado" por um qualquer iluminado alfacinha, e depois há ainda o sotaque arrastado que de lés a lés move multidões na hora de uma imitaçãozinha.
Posto isto, sim senhora eu também sou uma rapariga preconceituosa! Tenho cá as minhas convicções. Quando me sinto enganada não êxito num "cambada de ciganos!", não resisto aos maravilhosos epítetos que a língua portuguesa nos disponibiliza, tipo panelêro (já traduzido pra alentejano), cegueta (este mais vocacionado para a condução), cabrão, ou o redundante puta dum cabrão, etc.
Todas estas pérolas trazem em si a etiqueta de um certo preconceito. Mesmo que ditos da boca pra fora (outra redundância), estes conceitos estão por demais enraizados e são assim uma espécie de pecado original, a malta está sempre a cair.
Se somos todos diferentes? Sim! Se vamos continuar a fazer piadas uns com os outros? Sim, pelo menos até esta bola azul se aguentar à bronca.
A verdade é esta, nunca sejas o primeiro a sair de um almoço de amigos. Nem o segundo, já agora. A misericórdia não diminui até seres o último, e aí sim podes sair descansado que ninguém vai ficar a falar de ti, da saia horrorosa que trazias, do perfume insuportável, de como te estavas a tirar ao marido da amiga do lado, de como as tuas mamas estão subitamente maiores, de como a tua prima anda metida com o preto que joga à bola, de como o teu namorado é tão excessivamente expressivo a falar, de como a tua mãe andou com os tipos todos no tempo dela, e o teu avô que enriqueceu à custa dos espanhóis foragidos, e essa mania de cantarolares à mesa, e...
Alguém disse, não faço ideia quem, "se não os podes vencer, junta-te a eles."
Por vezes até o simples facto de uma pessoa passar a vida em bicos de pés e braço no ar, a apregoar a sua abertura a isto àquilo e ainda ao outro é também um traço bem definido de se ser preconceituoso, a ver "tás a ver eu não tenho preconceitos com pretos racista de merda!", ou ainda "eu sou a favor dos paneleiros!".
Eu, sendo Alentejana de gema(e clara e casca já agora)carrego o estigma da sesta desde o dia em que nasci. Mesmo que em qu..coiso anos de vida eu não tenha dormido mais que uma ou duas putas de sestas! Eu e muitos alentejanos. Depois são as anedotas, em que quase sempre o alentejano estúpido vai à cidade e acaba a ser literalmente "enrabado" por um qualquer iluminado alfacinha, e depois há ainda o sotaque arrastado que de lés a lés move multidões na hora de uma imitaçãozinha.
Posto isto, sim senhora eu também sou uma rapariga preconceituosa! Tenho cá as minhas convicções. Quando me sinto enganada não êxito num "cambada de ciganos!", não resisto aos maravilhosos epítetos que a língua portuguesa nos disponibiliza, tipo panelêro (já traduzido pra alentejano), cegueta (este mais vocacionado para a condução), cabrão, ou o redundante puta dum cabrão, etc.
Todas estas pérolas trazem em si a etiqueta de um certo preconceito. Mesmo que ditos da boca pra fora (outra redundância), estes conceitos estão por demais enraizados e são assim uma espécie de pecado original, a malta está sempre a cair.
Se somos todos diferentes? Sim! Se vamos continuar a fazer piadas uns com os outros? Sim, pelo menos até esta bola azul se aguentar à bronca.
A verdade é esta, nunca sejas o primeiro a sair de um almoço de amigos. Nem o segundo, já agora. A misericórdia não diminui até seres o último, e aí sim podes sair descansado que ninguém vai ficar a falar de ti, da saia horrorosa que trazias, do perfume insuportável, de como te estavas a tirar ao marido da amiga do lado, de como as tuas mamas estão subitamente maiores, de como a tua prima anda metida com o preto que joga à bola, de como o teu namorado é tão excessivamente expressivo a falar, de como a tua mãe andou com os tipos todos no tempo dela, e o teu avô que enriqueceu à custa dos espanhóis foragidos, e essa mania de cantarolares à mesa, e...
Alguém disse, não faço ideia quem, "se não os podes vencer, junta-te a eles."
17 comentários:
Ora aí está outra forma de preconceito! beijoca
Esses ditos não são preconceituosos; Faz-me lembrar quando era eu puto, numa roda de amigos de infância, e no meio da conversa largo uma frase assim, para um dos amigos: "Oh meu filho da puta, não digas essa merda..."; e não é que ele queria andar à porrada comigo, pois eu tinha ofendido a sua Mãe!! Santa paciência.
Há que saber distinguir os termos feios, usados no dia a dia quase de uma maneira automática, desses mesmos termos usados com intencionalidade.
Concordo contigo, somos todos um pouco preconceituosos. A diferença está em saber isso e saber o que fazer com isso. kiss
Bem dito.
Nunca mais vou sair em primeiro lugar de um jantar...
Mas também porque é que havia de sair? Depois dos jantares é que vem a verdadeira animação!
E quem é que haveria de falar mal de mim? De mim? Não, de certeza que não...
Boa tarde, Meldevespas ))
Era para ir dormir a sesta, mas já não vou. Estou solidário consigo em tudo o que disse )). A cultura da maldicência está instalada. É ter o azar de espreitar a TV de manhã ou à tarde, e lá está uma cambada de gente no diz-que-disse e a dizer mal de tudo e todos. Mil vezes pior do que os lavadouros públicos do nosso Alentejo.
Bom Post, Mel... e Bom Ano ))
Uuuuiii... há muitas formas de preconceito e as que referiste, achei-as a todas deliciosas!lol
Bela O bicho tem muitas formas ;D. Beijo
João Claro que é apenas uma paródia, mas a verdade é que esse automatismo de que falas não está isento de um certo preconceito que foi semeado em nós logo muito cedo. Nada que nos impeça de ser felizes of course! :D Beijinhos
Tulipa Exactamente! Separar o trigo do joio, sempre! Beijo
Jóni Quando estava a escrever o post, até pensei "olha, aqui está aquela coisa de não haver regra sem excepção!, isto é coisa que não se aplica de forma alguma ao Jóni!", estamos por isso plenamente de acordo-_-
Salvador Os lavadouros públicos do nosso Alentejo (e ainda os há) são muito mais divertidos, ao menos agente conhece os protagonistas e sempre se pode meter a colher eheh
Beijinho, Bom Ano e vá lá à sesta que ainda vai a tempo
B. Verdade que é do melhor disparar um insulto ali na hora certa!
Beijo
Parabéns pelo texto.Linda participação!beijos,chica
Um dia destes, todos vamos dormir a sesta. Dizem que é do melhor para a saúde e para a produtividade.
Nunca tive preconceito com os alentejanos porque a minha avó é alentejana, eu não posso é com os bombeiros.
meldevespas
Pois eu, algarvia de gema, casca e clara, adoro dormir uma "puta" de uma sesta e faço-o sempre que posso...não fosse esta zona uma extensão do Alentejo. Panelêros também temos por estas bandas! Porra, juro que não sou preconceituosa!
(...todos somos um bocadinho por mais que o tentemos negar)
Pois é... todos gostamos de dormir uma sesta, mas temos preconceito em o admitir e depois os Alentejanos é que pagam!
Os palavrões também fazem parte do preconceito, ai... ai... se fazem!
Ora nem mais!! Gostei do "pecado original", encaixa perfeitamente:)
eu digo muitas vezes que as palavras ficam para quem as dita, mas há coisas que não gosto de ouvir
Bêjos :)
Chica Obrigada, és uma querida ;)
Luisa Em Agosto, com 45º à sombra garanto-te que para a produtividade seria bem melhor!
El Matador essa dos bombeiro é de mestre! (já lá estive a ler, mas ainda n tive tempo pra comentar, "me aguardje")E se tens uma avó alentejana, então só podes ser boa gente rapaz!
Ana É tal e qual! como dizia o outro, no creo en las brujas, pero....
Mz Os Alentejanos têm as costas largas, vai pror mim! :DD
Lala Sim, às vezes é mesmo engolir e deixar passar...
:) De fato as piadas (anedotas) contadas por todos sempre irão ao encontro de um tipo de preconceito que sempre existirá; assim como deixar a mesa antes de outros lhe fará queimar a orelha, por falarem mal às suas costas...
O que difere, a meu ver, esse comportamento de uma atitude não sadia é a maldade que vai agregada aos fatos. Essa maldade sim torna uma simples anedota um verdadeiro preconceito; essa maldade sim agregada ao comentário de alguém que saiu pode ferir...
Parabéns pela rica participação que nos faz refletir!
Abraços renovados!
De facto, é assim. Nós seres humanos sentimo-nos bem, embora que muitas vezes não seja de propósito, a descriminar os outros.
Desta forma criamos um grupo mais pequeno e selecto para nós. Mas onde mesmo assim, não deixa de haver as tais más línguas nas costas e uma "ligeira" maldade.
Toda a gente é assim, mesmo que diga que não o é.
Gostei muito do seu post, continue...
ahahahah Bem isto por aqui está animado ou serei eu? O que sei é que ainda não parei de rir nos posts que li. Referindo-me agora ao nome que o pinguim referiu, pronunciamo-lo mas não queremos ofender a mãe queremos, isso sim, ofender de morte o sujeito a quem a pronunciamos. Preconceito? Será? Deixaste-me a pensar.
Beijinhos
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