Um dia destes, ao ler este post, no blog Pronúncia do Norte, pra quem não conhece está muito a tempo de lá ir, até porque vale bem a pena a visita, como ía dizendo, o relato despoletou em mim uma enxurrada de memórias, mesmo daqueles que já estão dobradas e bem arrecadadas no fundo das gavetas, mas claro sempre com a avisada bolinha de naftalina, não vá a traça atacar.
Pois que também eu me rendi (por mais que uma vez) às encarapinhadas permanentes que nada eram sem uma franja bem levantada à força de muita laca e secador. A moda nos saudosos anos 80, pode agora parecer um atentado aos olhos muito mais críticos e sensatos deste inicio de século, mas convenhamos era pelo menos mais animado.
Se me apetecer revolver bem as gavetas, um dia ainda aqui ponho umas fotografias interessantes, bem representativas da onda so called "neo romântica" da altura.
Adiante. Ao ler a Pronúncia, lembrei-me de um episódio bizarro, que não tendo nada a ver com cabelos, não podia ter acontecido senão por aqueles dias em que me julgava grande, e nem por um minuto me importava por quem dobravam os sinos.
Era Junho, festas de Sto. António, o padroeiro cá da terra, eu e uma amiga tínhamos ido ver um "concerto" dos então quase estreantes Rádio Macau, em plena Praça da Vila (agora cidade). Eu teria aí uns dezassete anos, pelo que feitas as contas, estaríamos em 1984. Lembro-me que vestia uma saia que a custo se poderia chamar de saia. Era mais uma espécie de cinto... Durante o espectáculo, noto que um homenzito, completamente fora do baralho ali no meio da "jubentude" toda, se chegava a nós, mais e mais, e mais. Eu e a minha amiga (ela um pouco mais nova que eu, e incomparavelmente mais tímida, coitada) lá nos íamos chegando mais à frente, na tentativa de fugir da investida da criatura. Naquela altura achei que era um velho, devia andar na casa dos 50, e andava por ali de olhos esbugalhados no meio de tanta fruta, de tal forma que a dada altura o desgraçado me passou a mão pela perna, tipo "ai que belo presunto"! Foi a gota de água. Virei-me pra trás, olhei-o bem nos olhos, fiz o meu sorriso mais doce e terno e tudo e zás levou duas orelhadas que só de me lembrar ainda sinto a mão a arder. Virei-me pra frente, a minha amiga perplexa olhava ora pra mim ora pró pobre do homem que aliás desapareceu num piscar de olhos.
Foi libertador.
12 comentários:
rsrsrs
Oh Meldevespas, não a imaginava assim, violenta )).
Perdoo-lhe por ter sido bem dada. ))
Sobre aquilo a que vc chamou saia e corrigiu para cinto, não faço comentários... rsrsr
Um bom dia ))
É só. Já lá dizia nas paredes do meu Liceu:
"Os problemas resolvem-se à chapada."
Por acaso nunca senti essa "liberdade"... com pena, devo dizer.
Nada como uma boa chapada! ahahahah
ahahahahah Amanhã, ou melhor logo a horas decentes venho pôr este blog em dia mas, antes quero dizer que me aconteceu o mesmo no eléctrico em Lisboa, tinha 15 anos mas estava de calças e em pleno dia. Ia com a minha madrinha e o raio de um velho teimava em se aproximar do meu rabo mas, como eu tenho uns olhos que aniquilam qualquer um, quando estou com raiva, lancei-lhe um olhar tal que o velho desapareceu.
Também usei permanente mas, fica-me tão mal, tão mal. Tenho um rosto para o asiático,cabelo liso, chamavam-me chinesa quando era garota, com caracóis...Parecia um palhaço. Arrependi-me logo. Depois esticava o cabelo. Toma para aprenderes.
Beijinhos
Salvador Tá a ver? isto da internet engana muito! vai-se a ver e eu sou uma alentejana de mão leve!
El Matador é que não há muitas mais soluções, digo eu...talvez ao pontapé, mas tem menos classe.
Jóni Tás sempre a tempo de experimentar. Depois logo me contas :DD
Angel Pró caso até foram duas. é aquela coisa do equilibrio eheh
Maryyyyyyyyyy tás cá!?? tá tudo bem? com esta boa disposição claro que sim! Eu também tenho o cabelo mais liso que liso, por isso as permanebtes ficavam assim tipo carapinha MESMO! um horror digo-te... Beijo grande
Eu nasci em 86 e tenho imeeeeensa pena (a sério) de ter perdido a década de 80, embora no início dos 90, e daí já tenho memória, ainda houvesse uns restitos daquela atmosfera. Acho que o Homem nunca vestiu ou penteou tão mal como nos anos 80, mas isso é o que pensamos hoje. Na época as pessoas eram originais, exuberantes e arrojadas! E nunca se fez música tão boa como nos anos 80, venha quem vier!
THE 80's RULE!!!
Eta coisa boa e tão merecida esse tapão nos ouvidos...oderia ter sido um chute nas partes baixas,rsrsrs...Muito legal de te ler!beijos,chica
B! Verdadinha tudo o que dizes! isso das roupas...bem!!!! era uma coisa!!! mas sim era tudo muito arrijado e exuberante, de alguma forma era bom, sei lá. E quanto à musica...beeeem muita era assim como a moda (horrivel!), mas sim tb havia muita coisa boa e gira e que ainda hoje rula a valer!
Beijinho
Chica Ainda bem que te divertiste a ler, e concorso que uma joelhada nas partes baixas também tinha sido bem pensado. Gostei do "eta coisa boa" ehehe
beijos
Eu como pertenço a outra geração, não me revejo minimamente nessa "onda" dos 80, mas sim na mais romântica e "libertadora" onda dos 60, com o despontar das músicas e músicos que hoje são clássicos, e principalmente com toda uma nova onda que revolucionou o mundo, abalado por dois acontecimentos políticos que tiveram dimensão (nas suas consequências), mundiais: a guerra do Vietname e o Maio de 68 em França. E apareceu o movimento hippie, a frase chave - Make love, not war" e a liberdade sexual. Modas também houve, mas nunca fui muito de seguir modas.
Quanto à "violência" de que falas para quebrar ímpetos de cio vindos ao de cima, abençoada te seja a mão.
João A vossa foi uma geração de ideiais a nossa foi mais de idiotas eheheh, estavam as lutas todas feitas, era mesmo só rambóia, e acho que a moda (visualmente falando) foi mesmo a única forma de "protesto" dos 80.
Beijinho
E agora fui eu que ao ler este post me lembrei da colecção de "cintos largos" que tinha e usava... eram um sucesso! (e parece-me que a ver pelo que as miúdas hoje em dia usam, a moda está de volta... mas os "cintos" deixaram de ser largos e são cada vez mais estreitos) ;D
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