segunda-feira, 7 de junho de 2010

As maravilhas da Natureza...

Ai estas coisas da comunhão com a natureza e o ar puro e as vistas maravilhosas, e o "diz lá se não é um privilégio estar aqui neste lugar magnifico?"...
O lugar magnifico era um campo com pasto à altura dos joelhos, e por pasto entenda-se ervas secas, picos e afins cheios de um mundo de bicharocos entre os quais as carraças ou carapetos, ou carraptos, que como sabem são uns bichos bastantes amistosos e dados ao contacto físico extremo.
Este fim de semana, foi passado no campo. E agora vocês pensam "hummm mas esta tipa não vive no campo?", não meus amigos, eu apenas não vivo na cidade grande, vivo no interior, é verdade que o campo está logo ali, é verdade que sei o nome das árvores, dos bichos, das ervas , é verdade que sou na verdadeira acepção da palavra uma orgulhosa campónia, mas não vivo no campo, não gosto de acampar, e não me dou bem com a vida em espaços abertos, o que faz de mim, uma campónia um bocadinho atípica e assim a atirar para o "tens a mania que és fina tens!".
Uma vez por ano, o Agrupamento de Escuteiros cá do burgo, promove uma actividade em campo, com a presença dos pais. E como mãe exemplar que sou (cof cof) lá vou eu, mais o mê Zé passar os dias com os moços em campo. Passar os dias, porque as noites passo-as na minha caminha, que era só o que faltava dormir numa tenda de pano em cima de um chão de pedras e picos e bichos e blhercs . Quando as actividades por fim acabam, Veladas e Fogos de Concelho e miúdos arrecadados e isso, volto ao conforto do lar e regresso antes da alvorada pra ninguém dar pela coisa.
Ora este ano foi bonito. No Sábado à noite espetaram com os pais a fazer, imagine-se um jogo nocturno. Já passava da meia-noite e não se via um palmo à frente do nariz e não deixavam a gente acender as lanternas. Fiquei completamente perdida. Não bastava eu ser uma míope de primeiríssima água, como ainda por cima o extra de uma noite estrelada sim, mas sem ponta de luar. Deve ser a isto que se chama uma barata tonta...o pior é que eles, os escuteiros, pequenos, grandes e médios, ao que parecia estavam como peixe na água, e corriam desalmadamente atrás uns dos outros (era um jogo de "caça", com dois grupos). Eu posso-me gabar de ter caçado dois elementos..que afinal até eram da minha equipa..valeu o esforço. Ah! e não fui caçada! Acho que por pensarem que era uma árvore.

No Domingo de manhã, pra não perder o balanço deram-nos um jogo de pista. A barragem do Alqueva aos pés, um sol abrasador, e quilómetros de pasto e pedras e bichos à nossa frente. Resultado: não descobrimos pista nenhuma e um escaldão à pedreiro que é um mimo.
Ou seja, isto ovelhas não são pra matos, que é o mesmo que dizer que, "deixa-te de aventuras".

Tudo aquilo é realmente fantástico, o ambiente, as pessoas, mas depois de mais de 10 anos ( a mais velha é escuteira vai pra 11 anos) eu não consigo apanhar o espírito da coisa. O campo e assim. Lamento, mas fico na minha, o campo é pra ser visto e apreciado sim senhora, mas de longe, faxavôr.



Claro que não posso deixar de enaltecer a parte boa, tenho lá os três garotos, dormem no campo, nas tendas ou ao relento, conforme a conversa nocturna e o clima o permitirem, comem no chão em pratos mal lavados, passam dias a fio sem mudarem de roupa, cantam à roda de uma fogueira, rezam em grupo, chegam a casa num estado deplorável, mal cheirosos, cravados de nódoas de gordura, cansados de dar dó, mas sempre cheios de estórias e sorrisos.
Fico um bocadinho sentimental, não nego. O rapaz fez promessa de Pioneiro, ganhou o lenço azul, e a mãezinha dele chorou baba e ranho na cerimónia, porque se lembrou de o ver ganhar o lenço amarelo, ainda não tinha sete anos, depois mais quatro anos o lenço verde e agora o azul, e lembrou-se que é assim que eles crescem, que parece que é devagarinho, mas é muito depressa, demasiado depressa. E vai daí que a estúpida da mãe, caiu num pranto. E pronto já passou!










Pics minhas, um bocadinho tremidas, por causa do surto de "alergia" de que fui acometida durante a missa -_-


2 comentários:

João Roque disse...

Tu precisavas de ter andado no mato, lá pelas Áfricas (não minhas, mas deles), para te saberes orientar minimamente.
Tenho uma ideia muito positiva do escutismo e até alguma pena de nunca ter pertencido a essa organização; e acho muito bem que te sintas orgulhosa pelo teu filho.
Ao fim de contas até foi um fim de semana bem passado...

meldevespas disse...

João Acredita João, que estas experiências de contacto com o campo alentejano já me chegam e sobram! Mas sim, no final das contas foi um tempo muito bem passado.
Beijoca

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