
Tenho ouvido dizer, não poucas vezes, que todos temos um treinador de futebol dentro de nós (nós os que gostamos de futebol, claro), hoje, e abrindo um pouco mais o leque, atrevo-me a dizer que todos temos dentro um critico, neste caso um critico de cinema.
Vamos lá então puxar dos galões, afinal de contas toda a gente se dá ares de critico de cinema, porque não eu?
Ontem fui ao sonoro com o meu esposo. Uma fita vista numa boa sala é um coisa completamente diferente, principalmente nos dias que correm, que tantas vezes optamos por ver no sossego do lar, porque é mais barato, porque com uma dose minima de boa vontade e habilidade prá coisa, não escapa estreia nenhuma e tudo isso.
Ora ontem, como ia dizendo, lá fomos ver a fita em cartaz. Depois de causar um sururu tão grande por todo o lado, depois de tantas opiniões contraditórias, eis que chega cá à urbe o mais falado filme dos últimos meses :
The Incepcion, que em Portugal numa tradução muuuuito livre se chama a origem....
A ideia base do filme é boa. Estas coisas dos mais recônditos cantinhos da mente, as memórias labirínticas, a percepção da realidade, o sonho como motor da humanidade e dos seus feitos, quer de uma forma metafórica quer de um ponto de vista mais mecânico, tudo nos envolve numa espiral de duvidas e interrogações elevadas ao infinito.
Nas entrelinhas de uma ideia, há um outro filme que a mim me pareceu mais um 007 upgraded. Muita tecnologia, muitos efeitos especiais, visuais e sonoros, muita modernidade. Atenção que eu sou fã das aventuras do agente em causa, esta avaliação não é de todo pejorativa.
No entanto, quer-me parecer que o filme em questão, merecia um bocadinho mais de "substância". Pareceu-me que alguém quis fazer um filme sério, e depois a meio teve medo, e então optou pelo caminho mais fácil, tiros, muitos tiros, perseguições e afins, que sempre servem o propósito mais ambicionado por uma grande produção cinematográfica: cash.
E no meio de tudo isto, sinto um bocado que a montanha pariu um rato. Fiquei assim com um travo a pouco na boca, e não é por um filme como este estar a ser aplaudido por meio mundo, que vou deixar de me sentir um bocadinho defraudada. Paciência.